quinta-feira, 14 de junho de 2012

Procedimento de Cunho Pedagógico

  
                                     PROCEDIMENTOS DE CUNHO PEDAGÓGICO

O trabalho de cunho pedagógico com o aluno surdo torna-se produtivo quando o profissional acredita em suas potencialidades, pois quando visa-se a surdez e não o aluno o trabalho passa a ser um fator limitador das condições de aprendizagem e desenvolvimento das pessoas surdas, desta forma, se ao contrário, tenho um posicionamento pautado na compreensão do outro, de suas potencialidades e compreendo a surdez enquanto uma característica peculiar de uma pessoa que não a impede de ser, de viver em sociedade, de estar envolvida com a comunidade em todas as suas atividades, tenho uma forma diferente de planejar minhas atividades pedagógicas a serem realizadas com este grupo.
Sabe-se que não se pode mudar uma concepção tão enraizada de exclusão da sociedade em pouco tempo, para isto os surdos assim como as demais pessoas com deficiências sempre estiveram as margem da sociedade e com isto procuram adaptar os seus comportamentos sociais e aceitáveis ao grupo,procurando moldá-los,oralizá-los.
Segundo a concepção clínico- terapêutica a preocupação central, expressa em
objetivos e as ações educacionais, precisa estar na busca pela correção de um
defeito” biológico presente na pessoa surda, ou seja, buscar/ criar mecanismos para
que a surdez seja superada. Este movimento retira o foco das questões pertinentes ao
campo educacional para o campo clínico, do tratamento da surdez, que é entendida
como uma doença que precisa ser medicada e curada. Esse processo minimiza os
aspectos relativos ao educar a pessoa surda em todos os seus aspectos cognitivos,
afetivos, emocionais e sociais.
Para que o aluno surdo assim como qualquer outro aluno,tenha êxito na escola faz-se necessário a viabilização de suas necessidades básicas e adaptações necessárias, contudo ressaltamos a função do AEE de acordo a Resolução de 04 de Outubro de 2009 no Art. 13. São atribuições do professor do Atendimento Educacional Especializado:
I – identificar, elaborar, produzir e organizar serviços, recursos pedagógicos, de
acessibilidade e estratégias considerando as necessidades específicas dos alunos público-alvo da Educação Especial;
II – elaborar e executar plano de Atendimento Educacional Especializado, avaliando a
funcionalidade e a aplicabilidade dos recursos pedagógicos e de acessibilidade;
III – organizar o tipo e o número de atendimentos aos alunos na sala de recursos
multifuncionais;
IV – acompanhar a funcionalidade e a aplicabilidade dos recursos pedagógicos e de
acessibilidade na sala de aula comum do ensino regular, bem como em outros ambientes da escola;
V – estabelecer parcerias com as áreas intersetoriais na elaboração de estratégias e na
disponibilização de recursos de acessibilidade;
VI – orientar professores e famílias sobre os recursos pedagógicos e de acessibilidade
utilizados pelo aluno;
VII ensinar e usar a tecnologia assistiva de forma a ampliar habilidades funcionais
dos alunos, promovendo autonomia e participação;
VIII – estabelecer articulação com os professores da sala de aula comum, visando à
disponibilização dos serviços, dos recursos pedagógicos e de acessibilidade e das estratégias que promovem a participação dos alunos nas atividades escolares.
Art. 14. Esta Resolução entrará em vigor na data de sua publicação, revogadas as
disposições em contrário.( Cesar Callegari)
Para concluir vale ressaltar que percebemos que mediante a tantas Leis,artigos e decretos os quais garantem os direitos à pessoa surda assim como outras deficiências não estamos  verdadeiramente prontos à inclusão, muito  deve ainda ser feito,mas devemos ter a concepção de que não é o aluno que deve se adequar à escola, e sim a escola a ele,desta forma procuramos minimizar os insucessos enfrentados por cada um, dando todo  os suportes de acessibilidades tendo em vista as nossas estruturas e  práticas pedagógicas, assim como possibilitar a participação do mesmo em todo o contexto escolar,através do trabalho em conjunto  com professores, intérpretes e toda a comunidade escolar priorizando a participação plena do aluno junto a seus pares educativos de forma independente e autônoma. Partimos do princípio, como professor de Atendimento Educacional Especializado – AEE, que temos a atribuição de identificar os obstáculos que impedem ou limitam o aluno de participar e de se desafiar para alcançar os objetivos educacionais propostos pela escola e, por fim, construir as condições necessárias para a superação destes obstáculos. Esta não é uma pretensão,poderemos vencer os desafios da inclusão através dos conhecimentos adequado e parcerias complementares,pois não se pode desenvolver um trabalho com êxito apenas com a boa vontade.
Garantir as condições de acessibilidade é uma parte importante do processo de inclusão dos alunos surdos e com outras deficiências e, neste empenho, estarão envolvidos o próprio aluno, seus familiares, os gestores das redes de educação, os gestores e professores da escola comum, além de outros profissionais que poderão contribuir com informações, conhecimentos e experiências que venham subsidiar e qualificar o atendimento ao aluno.
Devemos destacar também que o AEE tem por atribuição a Educação para a Autonomia e isto significa muito mais do que dar acesso e ajudar o aluno surdo ou com outras deficiências a desempenhar de forma mais independente possível as várias tarefas do cotidiano escolar.
Podemos dizer que a autonomia diz respeito a gerenciar a própria vida. A autonomia nos faz tomar decisões para nós mesmos, sempre lembrando que estamos em relação com os outros durante nosso percurso como seres em constante evolução.
Referências Bibliográficas:
Vitor da Fonseca;
Maria Teresa Égler Montoan;
Figuriredo;



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